30 de dezembro de 2010

Preconceito na rede? Denuncie!

Não é de agora que perfis falsos usam a rede para propagar idéias xenofóbicas, racistas, machistas e homofóbicas. O caso da estudante de direito Mayara Petruso (aqui) acusada pela incitação de homicídio e crime de racismo está longe de ser o único e o fato de ser processada pela OAB de Pernambuco não inibe outros absurdos pelas redes sociais afora.

Entretanto, ainda que raro, o caso de Mayara cria a esperança de que um dia não nos seja mais obrigatória a leitura de pensamentos criminosos, opressores e abusivos.
A associação SaferNet, por exemplo, que surgiu como uma resposta às tramas da pornografia infantil na rede, e hoje já coopera com o Ministério Público Federal para enfrentamento dos crimes cibernéticos, registra diariamente cerca de 2.500 denúncias.

Mas para que os crimes sejam investigados, é preciso denunciá-los!

No Orkut, comunidades como Penetração Corretiva: Lésbicas ou Sexo Supresa: Legalize Já II e no Twitter, usuários como @EstuproSim, @ContraGAYS e @HomofobiaJA são exemplos de que a rede ainda é um esfera bastante complexa e impune.

Por isso é importante, voltamos a dizer, denunciá-los. Pode ser pelo SaferNet (aqui) ou diretamente para a Polícia Federal (aqui). Para combater o preconceito e cultivar o uso mais consciente da internet.

Governo liberta trabalhadoras em boate no MT

Leonardo Sakamoto

Você é explorada sexualmente em uma boate e como pagamento ganha fichinhas que podem ser trocadas por produtos com preço superfaturado (como macarrão instantâneo, cigarros, bebidas…) na loja do próprio estabelecimento em que você trabalha. Se não quitar a dívida contraída dessa bola de neve fraudulenta, fica trabalhando. Para a alegria dos clientes e dos donos do estabelecimento.


Essa foi a situação a que estavam expostas 20 mulheres em Várzea Grande, município vizinho à capital do Estado do Mato Grosso, Cuiabá. De acordo com reportagem de Bárbara Vidal, da Repórter Brasil, elas estavam mantidas em alojamentos precários e superlotados no interior da casa noturna Star Night. As jovens eram obrigadas a permanecer o tempo inteiro (quando digo o tempo inteiro, refiro-me às 24 horas do dia) à disposição dos donos do lugar, localizado a cerca de um quilômetro do Aeroporto Internacional Marechal Rondon. Não tinham folga nem aos domingos ou feriados. Algumas delas assinaram um contrato – ilegal, é claro – que as proibia de deixar a boate se não houvesse pagamento das “dívidas”. 

Segundo Valdiney Arruda, Superintendente Regional do Trabalho e Emprego do Mato Grosso e acompanhou a ação, as mulheres “viviam em regime total de subordinação”. Além de precários e superlotados, os espaços não tinham ventilação adequada e proteção contra incêndio e não respeitavam normas de higiene. 

Conversei com Valdiney e ele afirmou que “por estarem em uma profissão que é marginalizada, que sofre preconceito da sociedade, as mulheres libertadas não tinham para quem recorrer”. Segundo ele, isso aumentava a sujeição econômica e física diante do empregador.

Outros quatro trabalhadores (um gerente e três garçons) também foram retirados de lá. Não ficavam acomodados na boate e retornavam para suas casas após o expediente, mas enfrentavam condições precárias, com jornadas exaustivas e sem descanso. Todas as vítimas tinham entre 18 e 23 anos de idade.

A operação também contou com a participação da Polícia Civil, Guarda Municipal e Conselho Tutelar e foi realizada em novembro. Aguardamos até agora os desdobramentos com relação ao pagamento das vítimas para divulgar a notícia, até porque a idéia deste post é discutir esse tema, que se repete em outros locais, e não fazer uma denúncia. Os responsáveis pela boate não quiseram acertar os direitos trabalhistas e salários atrasados e, por isso, foram notificados. As mulheres foram orientadas para que retornassem a seus municípios de origem e vão receber seguro-desemprego enquanto se busca o pagamento de seus direitos por via judicial. Participaram ainda integrantes da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública e da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo do Mato Grosso, após investigações que começaram quatro meses antes. 

O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas lançado no ano passado pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e o Crime Organizado em parceria com a Iniciativa Global da ONU contra o Tráfico de Pessoas apontou que a forma mais comum de tráfico humano (79%) é para a exploração sexual, em que as vítimas são predominantemente mulheres e meninas. Em 30% dos países que fornecem informações sobre o gênero dos traficantes, as mulheres são a maioria dos traficantes.

Mulheres que vão buscar uma condição de vida melhor em outras cidades ou mesmo países e que não possuem informações sobre seus direitos são as mais atingidas pelo problema. Além disso, muitas acabam não procurando auxílio por vergonha de sua condição e medo de sanções criminais.

28 de dezembro de 2010

R$2,30 já é roubo!

Depois de solicitado pelas empresas, a Prefeitura de Joinville, através de seu twitter, anunciou o aumento da passagem de ônibus da cidade, cujo novo valor deverá ser conhecido amanhã (quarta). A Frente de Luta pelo Transporte Público se posiciona contrária ao aumento e chama a população para um ato dia 6 de janeiro às 18h na Praça da Bandeira. Venha ‘mudar o transporte, fazer a cidade’.

GEPAF retoma as atividades

Após alguns meses cheio de ocupações e indisponibilidades, o Gepaf retoma o calendário e marca sua primeira reunião de 2011 para o dia 15/01 (sábado) lá no CDH, às 19h.
Nessa reunião @s membr@s devem avaliar e pensar os temas de estudo para o ano e planejar as ações do ano.
Será exibido também o documentário ‘O dia 6 de Abril’ de Chandam Netraj, Índia, que está disponível no Bidê Brasil (aliás, uma boa sugestão de leitura) da @lukissima.
O ano começa e a vontade de agir e pensar sobre a igualdade de gênero retoma suas forças. Venha participar conosco!