A edição de vídeos eróticos para um laboratório farmacêutico foi o ponto de partida da jornalista Liz Canner, que durante o trabalho começou a questionar como a indústria dos medicamentos trata o prazer feminino. A fábrica estava envolvida na produção do primeiro Viagra para mulheres, e Liz começou a acreditar que os médicos estavam inventando uma doença para vender remédios.
Assim nasceu o documentário Orgasm Inc., sobre os bastidores das campanhas de marketing da indústria farmacêutica e a forma como as mulheres lidam com o próprio prazer.
– Estava cansada de falar sobre pobreza, assassinatos e crises econômicas. Queria algo que me desse prazer. E o que é melhor do que investigar as formas de aumentar o meu próprio prazer e também ajudar mulheres em todo mundo? – disse Liz à rede de notícias ABC.
No documentário, a jornalista investiga de onde vêm os bilhões de dólares gasto anualmente pelas farmacêuticas para criar soluções que tratem as disfunções sexuais femininas. Também discute até que ponto a falta de desejo é realmente um problema.
– Não queria fazer uma denúncia, mas percebi que as revistas, os jornais e a equipe de marketing dos grandes laboratórios estão criando uma cultura na qual as mulheres estão sempre insatisfeitas com sua sexualidade, achando que precisam fazer mais sexo e ter mais orgasmos o tempo todo.
Uma das histórias que mais chamam a atenção no filme é a de Charletta, uma mulher de meia-idade que concorda em colocar eletrodos em sua coluna para aumentar a frequência dos orgasmos.
Para Liz, os obstáculos do prazer não costumam ser hormonais, mas sim psicológicos, e é por isso que é tão difícil criar um remédio que aumente o prazer feminino.
– Durante a pesquisa, percebi que a libido das mulheres cai por causa do excesso de trabalho, relacionamentos ruins, falta de informação e abusos sexuais. Quem tem autoridade para dizer o que é um orgasmo normal?
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