As oportunidades para o ingresso das mulheres com filhos no mercado de trabalho estão se restringindo com velocidade cada vez maior.
O medo dos empregadores em contratar mulheres que possam tirar licença-maternidade para dar à luz a outro filho ou que estejam desatualizadas profissionalmente faz com que as portas se fechem.
Pesquisa da Regus, empresa especializada em soluções para o espaço de trabalho, registrou queda de 44% para 36%, entre o ano passado e 2011, no percentual de empresas que pretendiam contratar profissionais com filhos.
Segundo a empresa, as estatísticas preocupam principalmente grupos e associações de mulheres, já que, de modo geral, as estimativas de contratações no fim de ano costumam ser favoráveis nessa época acelerada da economia global.
Desaceleração
O cenário se tornou ainda mais defasado na relação mulheres e empresas. Anteriormente, as pesquisas indicavam que 45% das empresas em todo o mundo pretendiam fazer novas contratações em 2011.
No Brasil, onde 57% das empresas pretendem aumentar seu pessoal, essa tendência é ainda mais evidente, com somente 38% delas declarando seus planos de contratar mais mulheres que são mães.
Comprometimento
Dos empregadores que possuem algum receio em contratar mulheres com filhos, cerca de 37% entendem que essas novas funcionárias podem mostrar menos comprometimento e flexibilidade do que os demais.
Para 33%, o medo é de que elas larguem o emprego logo após o treinamento, para terem outro filho, enquanto, para 24%, o receio é de que essas mulheres iniciem suas tarefas completamente desatualizadas.
"Não deveria ser surpresa constatar que, no atual cenário da economia, ainda existem alguns preconceitos nesse sentido e que algumas empresas contribuem de forma negativa e antiquada no mercado de trabalho atual", afirma a diretora da Regus no Brasil, Janaína Nascimento.
No Brasil, por exemplo, as principais preocupações giram em torno da possibilidade de elas tirarem licença-maternidade para dar à luz outro filho (39%) e de estarem desatualizadas profissionalmente (29%).
O outro lado
A conjuntura no mercado de trabalho, no entanto, não é totalmente pessimista. Conforme apurou a pesquisa, 72% das organizações declararam que as empresas que ignoram mães que voltam a trabalhar em meio período estão perdendo uma excelente oportunidade do grupo de profissionais à disposição no mercado.
Para 56% dos executivos, as profissionais com filhos possuem habilidades difíceis de serem encontradas no mercado de trabalho no momento.
Outras 57% declararam que valorizam profissionais que voltam ao trabalho após o período da licença-maternidade, porque elas oferecem experiência e bom conjunto de habilidades, sem exigir uma faixa salarial muito alta.
No Brasil, a parcela de mulheres com filhos que não exige grandes salários esteve abaixo da média global (47%), o que pode indicar que essas profissionais têm mais chances de serem bem remuneradas pelo seu trabalho.
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